“Vou chegar primeiro!”.
“Sou melhor nisso que você”.
Papais e mamães, preparem-se: seus pequenos vão soltar pelo menos uma dessas frases em alguma ocasião. É que seus filhos estão descobrindo o mundo, o espaço que ocupam, os talentos que têm. Por isso vez ou outra te convidam para desafios, querem provar que são capazes de quase tudo. Sim, humanos são ligeiramente competitivos desde cedo. Mas em algum momento a gana pela vitória acaba sendo substituída pela frustração de uma derrota.
Decepções amorosas, notas baixas, dificuldades no trabalho, sonho que precisou ser adiado. Todas essas situações doeram e, se você pudesse, protegeria as crianças para que não sentissem o mesmo, certo?
Já que isso não é possível e seus herdeiros precisam amadurecer, começam as perguntas internas: como preparar os baixinhos para situações assim? Como ajudá-los a superar derrotas e torná-los adultos mais fortes?
Essas e outras interrogações a gente responde nesse post. Confira nosso guia sobre como educar o seu filho para os momentos de frustração:
Incentive competições saudáveis
À medida que os pequenos crescem, competir se torna quase inevitável. Em jogos lúdicos em família, na brincadeira com os amiguinhos ou em atividades esportivas que muitos decidem praticar, vitórias e derrotas vão rondar o cotidiano dos baixinhos. Cabe a você, portanto, prepará-los para ambas as possibilidades.
E isso começa na forma como o ato de competir é interpretado. Ensine aos pequenos que resultados são metas, não obrigações. Ou seja: para alcançá-las há um processo. Na infância, aliás, ele deve ser absolutamente divertido.
Portanto, enquanto brincam com um jogo de tabuleiro, por exemplo, mostre ao seu filho que o mais importante não é vencer você, mas a oportunidade de darem muitas risadas e aprenderem juntos.
Em uma competição com times, saliente sempre a importância do trabalho coletivo, da união que faz a força. Ensine que o gol, a cesta ou o ponto da partida pode não ter acontecido. Mas a jogada protagonizada por seu pequeno atleta foi maravilhosa, pode ser melhorada e em uma próxima oportunidade tem tudo para dar certo.
Não beneficie, incentive a pensar
Sabe aquela história de deixar o filho ganhar? Vez ou outra isso pode até acontecer. Mas fique de olho para que essa atitude não se torne constante. Na realidade, melhor do que trapacear, desistir ou fingir alguma desvantagem para que o baixinho o supere, é incentivá-lo a dar o seu melhor, a descobrir estratégias e a tentar outra vez.
Caso a competição envolva aptidões físicas, deixe claro que a criança ainda está se desenvolvendo, que talvez ainda precise crescer mais um pouquinho para chegar lá.
O foco é cognitivo? Explique que mesmo perdendo seu filho aprendeu muito e vai se superar a cada jogo. Aliás, em ambas as situações têm-se brechas até mesmo para incentivar hábitos do pequeno, como ter uma boa alimentação ou estudar com mais afinco, por exemplo.
Tudo deve ser conversado com carinho e em parceria. Essa última palavrinha, aliás, também é chave. Está brincando com o herdeiro e surgiu uma competição que ele não pode vencer? Ao invés de fingir uma derrota sua, proponha que tentem alcançar determinado objetivo juntos e dividam os méritos.
Frise as possibilidades — e até os benefícios — de alguns fracassos
Na Copa do Mundo de 2014 muitos brasileiros se viram em uma situação dificílima: como consolar os filhos frente a um 7×1 para a Alemanha quando muitos dos próprios pais estavam estarrecidos e tristes?
Na prática, aquela foi uma experiência clara de que todos estão suscetíveis a fracassos dolorosos. Mas eles trazem lições. No caso da Seleção, lições sobre o que não deve ser repetido para a Copa de 2018.
O mesmo vale na educação do seu filho. Se ele vivencia alguma frustração enquanto torcedor ou competidor, acolha-o, seja paciente e mostre o outro lado da moeda: o da esperança.
Explique que perder é bastante chato e dói um pouco, mas tudo isso acaba se acalmando. Em outras oportunidades, aliás, resultados melhores podem vir. Para isso, é preciso analisar o que funcionou e o que deu errado, seguir praticando e acreditando que é possível vencer em outro momento, com calma, concentração e mais confiança.
Não recorra ao “coitadismo”
Seu filho está arrasado com uma derrota? Não o vitimize. Aposte no diálogo motivador. Frise que até os adultos perdem em alguns momentos. É interessante, inclusive, que você conte histórias suas de frustração, de como fez para lidar com elas.
Não se esqueça de relatar, claro, momentos de alegria que acabaram compensando a situação chata ou mesmo que significaram uma reviravolta. Também vale a pena lembrar de personagens de filmes ou livros que inspiram seu baixinho, fazendo uma comparação e levando-o a entender que dificuldades aparecem para todos, até mesmo para os heróis com superpoderes.
E então, o que achou do nosso artigo? Foi útil para clarear um pouquinho as ideias sobre como educar seu filho diante de frustrações? Se já encarou alguma situação assim, quais outras dicas daria para papais e mamães leitores? Deixe seu comentário!