Como falar com as crianças sobre diversidade racial

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Educar um cidadão que faz parte de um país tão diverso e complexo como o Brasil não é tarefa fácil. Ainda que viva em um lar que lida bem com questões raciais e de gênero, uma criança também cresce em meio a uma sociedade com preconceitos internalizados e educação eurocêntrica. Quer algumas dicas para conversar sobre a diversidade racial com os seus filhos? Então acompanhe esta postagem!

Seja um exemplo

As crianças reagem de diferentes maneiras ao diverso. Um pequeno que convive apenas com pessoas semelhantes pode, por exemplo, chorar quando encontra alguém de biotipo diferente. Cabe, então, aos pais mostrar que a convivência com as diferenças é segura.

O problema está em quando os próprios pais têm preconceitos internalizados e os expressam, ainda que sutilmente, em suas relações cotidianas. Xingamentos do tipo “tinha de ser negro” ensinam aos filhos a intolerância. A criança rapidamente absorverá essas atitudes discriminatórias.

Repreenda atitudes preconceituosas

Aja com firmeza e doçura quando observar um comportamento discriminatório na criança. Independentemente da idade, é preciso parar e explicar o porquê da repreensão.

Leve a questão para a sala de aula

Procure saber se a escola do seu filho tem projetos que tratem da diversidade no seu currículo e observe os materiais didáticos usados e preparados pelos professores. Esse cuidado é necessários porque, embora a Lei nº 10.639 (que incluiu a história e a cultura afro-brasileira e indígena na educação básica) tenha completado dez anos em 2003, muitas escolas se esforçam pouco para tornar seu currículo mais plural e inclusivo.

Invista em atividades lúdicas

Além da convivência com etnias e costumes diferentes, a forma mais fácil de ensinar às crianças sobre a diversidade racial é com a ajuda de livros, filmes e brincadeiras:

O Menino que Não se Chamava João e a Menina que Não se Chamava Maria, de Georgina Martins

Esta readaptação do conto João e Maria, dos Irmãos Grimm, traz a narração de crianças brasileiras de baixa renda que andam pelas ruas de uma cidade grande à procura de uma mágica casa feita de chocolate e doces.

Coletânea Volta ao Mundo em 52 Histórias, de Neil Philip

Reunindo 52 histórias de 33 países, a coletânea reúne informações sobre a origem e os simbolismos de cada narrativa. Clássicos como Chapeuzinho Vermelho se misturam a histórias ainda pouco conhecidas nas américas, como Soliday e o Corvo, da Jamaica.

Série Kirikou, de Michel Ocelot

Nos desenhos Kirikou e a Feiticeira (1998) e Kirikou e os Animais Selvagens (2005), o minúsculo menino Kirikou enfrenta a feiticeira Karabá, que ameaça a sobrevivência da aldeia onde ele mora. Com cores exuberantes, a saga foi produzida na França, no Vietnã e na Letônia, reunindo 200 técnicos de diferentes nacionalidades.

Doutora Brinquedos (2012), de Chris Nee

Com uma pequena ajuda dos amigos animais — Felpudo, Hallie, Lambie e Gelinho — a menina Doc ajuda brinquedos, fazendo check-ups e diagnósticos. O desenho animado recebeu boas críticas pela representação da cultura afro-americana no universo Disney.

Inami (2007), de Françoise Charpiat

A produção francesa conta a história de um jovem índio da tribo dos Bellacaibos, na Amazônia. É exibida na TV Cultura aos sábados.

Milly e Molly (2008), de David Evans

Adaptação da obra da neozelandesa Gill Pittar, esse desenho conta as aventuras das melhores amigas Milly Anderson e Molly Kannett — uma negra e outra loura. As histórias abordam valores e temas delicados, como o luto.

Mineiro pau

A dança mineiro pau, de origem indígena e africana, já é trabalhada em escolas. As crianças ficam em roda, marcando o passo com pisadas e palmas e batendo bastões no chão ao ritmo da música.

Capoeira

Ao som do berimbau, atabaque, agogô, surdo e pandeiro, as crianças aprendem essa arte marcial genuinamente brasileira. Para acompanhar a atividade, professores podem incentivar discussões sobre preconceito, tolerância e respeito ao próximo. A capoeira é muito ligada à história da escravidão, o que também ajuda na reflexão e entendimento sobre a formação do povo brasileiro.

O que você achou das nossas dicas para discutir a diversidade racial com seus filhos? Deixe um comentário em nosso blog!

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