Nos últimos aniversários dos meus filhos (aliás, em quase todas as últimas datas comemorativas), eles criaram o hábito de pedir, como presente, um celular. Sempre que esse pedido era feito, eu conversava com eles e dizia que ainda não era o momento.
A argumentação era bem simples: assim como eu não os deixaria sozinhos em uma praça, correndo riscos e vulneráveis, eu não daria um celular com o qual eles correriam os mesmos riscos. Acho que a argumentação fez sentindo na cabecinha deles, porque o objeto de desejo deixou de ser um celular e passou a ser um tablet. E o pedido passou a vir acompanhado pela argumentação de que: “com um tablet a gente não pode ligar ou receber ligações. É seguro!”. Diante desse novo cenário, comecei a fazer algumas pesquisas.
Não quero que meus filhos cresçam alheios à tecnologia, ela é indispensável à vida moderna. Mas também não quero que se tornem dependentes dela para tudo ou fiquem horas em atividades e jogos solitários. Minha dúvida era: qual seria a idade certa para dar smartphones e tablets para crianças?
Vocês também têm essa dúvida? Então, leia esse texto que vou te contar tudo o que descobri!
Aprenda a moderar o uso da tecnologia
Existem alguns órgãos que aconselham o seguinte:
- Crianças entre 0 e 2 anos não devem ter qualquer contato com a tecnologia;
- Crianças entre os 3 e os 5 anos, o contato deve ser de até uma hora;
- Crianças acima de 6 anos, o contato máximo deve ser de até duas horas.
Essas informações, entretanto, só diziam do controle de tempo e não se eles deveriam, ou não, ter seus próprios aparelhos. Assim, continuei minha pesquisa. Foi então que eu descobri algo que, para mim, fez muito sentido: somos nós, os pais, quem decidimos quando nossos filhos devem ter esses aparelhos.
Descubra qual é o momento de dar smartphones e tablets para crianças
As falas dos especialistas são unânimes em delegar a responsabilidade de escolha do momento certo para os pais. Isso porque eles são os únicos que podem avaliar o nível de maturidade e a capacidade de lidar com a responsabilidade de ter acesso a esse tipo de tecnologia.
A dúvida que tive, então, foi: sob quais critérios faço essa avaliação? Tive uma ideia, pesquisei quais eram os problemas que o uso em excesso desses aparelhos poderia acarretar. Encontrei:
- Falta de atenção;
- Dores nas mãos e nos punhos (devido aos movimentos repetidos);
- Dificuldade de interação pessoal;
- Problemas com o sono.
O passo seguinte foi me perguntar se:
- Meus filhos saberão utilizar esses aparelhos com responsabilidade? Isso é, eles obedeceriam às regras?
- Eles precisam desses aparelhos ou eles apenas querem?
- Eles estão prontos para ter esses aparelhos e utilizá-los de forma limitada, em relação a tempo e conteúdo?
Essas duas listas me ajudaram a verificar: a quais riscos meus filhos estavam sendo submetidos e se eles já tinham as características necessárias para contornar esses riscos.
Estipule regras para que as crianças lidem com tecnologias
Porém, chegar à conclusão de que a criança tem maturidade para ter um desses aparelhos não faz com que, automaticamente, elas os utilizem de forma saudável. Assim, o presente veio acompanhado de uma longa conversa, na qual estipulei algumas regras:
- Eles deveriam me informar sobre qualquer aplicativo baixado;
- Tanto o celular quanto o tablet, teriam acesso limitado à internet em relação a conteúdo;
- Inicialmente, os aparelhos não deveriam ser levados para a escola — apenas se fosse solicitado pela instituição;
- O tempo livre não poderia ser gasto apenas com atividades que envolvam tecnologia.
Sabe o que percebi? A relação da criança com a tecnologia, somos nós, pais, quem construímos. Ficou interessada e quer saber mais sobre esse tema? Conheça mais algumas dicas para lidar com essa relação!