Gargalhadas, lições de matemática, mãozinhas na massa, maior aproximação e interação. Panelas, talheres e livro de receita sendo transformados em brinquedos educativos. Essas são algumas das experiências que tenho quando cozinho com meus filhos. Para nós, atualmente, esse espaço está associado ao prazer e o prazer de alimentar.
Mas é claro que nem sempre foi assim. Já fui do time das mães que não deixavam os filhos chegarem perto da cozinha, por medo de que acontecesse algum incidente. O tempo passou e, aos poucos, fui percebendo que trazer as crianças para cozinha poderia ser uma das formas de me ajudar na educação alimentar delas. E, olha, tem funcionado!
Quer saber quais foram as outras formas? Continue a leitura!
Educação alimentar pode ser lúdica
Assim como todos os outros processos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, a educação alimentar não precisa e nem deve ser restringida a conversas. Também não acho que devo fazer barganhas do tipo: “se comer de tudo, deixo você assistir televisão!”. Na minha opinião, a educação alimentar pode (e deve) acontecer também de forma lúdica. Em minha casa, costumo ter os seguintes hábitos:
1 – Contando histórias
Eu faço isso de duas maneiras: falando dos alimentos, quando é hora de contar histórias e falando de histórias, quando a hora é de se alimentar.
Por exemplo, meu filho é fã do Homem de Ferro, quando ele não quer comer verduras, relembro a ele que as verduras são fontes de ferro. Seria muito difícil fazê-lo entender os benefícios nutricionais das verduras, mas quando uso a história, ele consegue assimilar que o ferro é a fonte do “super poder” do Homem de ferro: a força. Não se trata de inventar que ele terá visão de raio-x, ou coisas do tipo, mas fazer associações que ele conseguirá entender.
2 – Cozinhando com as crianças
Cozinhar com eles, não tem preço. Nossa dinâmica é bem simples e aproveito o momento para incentivar o desenvolvimento global dos meus filhos. Então, quando estamos preparando os alimentos, pergunto sobre a escola, conversamos sobre seus amigos, enfim, tento criar um vínculo afetivo.
Nos dias de preparar receitas novas, faço questão de anotar antes (mesmo que eu saiba de cabeça), assim, eles podem treinar a leitura. Outra coisa que acho muito legal é usar as medidas certas, porque é uma forma de desenvolver o raciocínio matemático deles.
Sempre tomo dois cuidados: não forço uma aproximação da quantidade dos itens e evito falas como: “leia o próximo ingrediente para treinar a leitura”. Sempre acho que é melhor agir naturalmente. Dessa forma, pergunto apenas qual é o próximo ingrediente e, se houver necessidade de usar medidas, aproveito para mostrar o que são essas medidas (1/2, gramas, litros, etc).
Agora se você é uma mamãe muito atarefada, fique tranquila! Sabemos que cada casa tem uma rotina. No entanto, quem sabe os almoços de domingo possam ser feitos em conjunto? Ou, talvez, as tardes de sábado possam ser separadas para vocês preparem os lanchinhos saudáveis e divertidos que poderão ser consumidos ao longo da semana, como: biscoitos integrais, pãezinhos de batata, salada de frutas, etc.
3 – Levando os filhos às feiras
Evito levar meus filhos ao supermercado, mas gosto de levá-los às feiras. É nesse momento que eles têm o primeiro contato com alimentos saudáveis que vamos consumir, suas cores, texturas e cheiros. Eles me ajudam a escolher e já começamos ali mesmo a pensar no nosso cardápio. Outra estratégia é pedir que ajudem na higienização dos alimentos, já que, como eles mesmos viram, esses alimentos ficam bem expostos. Tenho observado que esse contato é muito indicado para que eles aprendam a importância dos alimentos e até mesmo para que criem consciência sobre a questão do desperdício de comida!
Percebeu que aliar brincadeiras à educação alimentar não é um bicho de sete cabeças e pode ser feito sem alterar a rotina da casa? Que tal colocar em prática hoje mesmo?