Estamos cercados por todos os lados: a vida hoje é condicionada à internet, gadgets, mídias sociais e games. Para onde quer que se olhe, as pessoas estão com os olhos vidrados na telinha e dedos ágeis escrevem para se comunicar com tudo e com todos. E assim chega a nova geração: nossas crianças veem o ato de estar conectados 100% do tempo como algo absolutamente normal. Será mesmo normal? Como o mundo virtual impacta nossa vida real?
Se você vê seus filhos chegando da escola ávidos por conectar-se à internet e passar horas hipnotizados por jogos, é bom ficar atento. Crianças lidando com tecnologia é algo inevitável, mas se isso acontece sem controle, podem se tornar viciadas em games. Os perigos e consequências são muito parecidos com qualquer tipo de vício, podendo até impactar a saúde, estudos e vida social.
Acompanhe no post de hoje os principais indícios de que os jogos estão sendo prejudiciais para seu filho e que providências tomar:
Que comportamentos podem indicar que meu filho está viciado em games?
Os indicativos mais evidentes são: isolamento social, piora nos estudos, tempo excessivo jogando e a preferência por ficar sozinho para jogar. Além disso, o sono fica comprometido, pois ele não quer “perder tempo” dormindo já que poderia estar jogando. Atualmente, um tipo de jogo de muito sucesso entre os gamers são os Massively Multiplayer Online Role-Playing Games — jogos de interpretação de personagem online para vários jogadores. Por isso, se você notar que o círculo de amizades dele é composto na maior parte por amigos virtuais ao invés de reais, considere o fato como um forte indício de que ele está se relacionando mais por meio da internet do que na vida real.
Quais as consequências do excesso de games na vida do meu filho?
Se seu filho estiver passando da medida, possivelmente vai apresentar sintomas como a de um dependente. Isso é notável principalmente nos casos de “abstinência”, ou seja, quando for impedido de jogar. Observe indícios como irritabilidade, inquietude, hostilidade, ansiedade e traços de depressão — é bom que os adultos também observem a autoestima do pequeno, que também pode ficar comprometida.
Além disso, a qualidade do sono também piora, provocando deficit de atenção. Podem ocorrer problemas relacionados ao estômago, má postura e fadiga ocular, dentre outros. Li uma pesquisa recente da professora de psicologia da UFOP, Margareth Diniz, em que ela mostra que o isolamento pelo fato de jogar sozinho acaba por dificultar o trato com as diferenças. Assim, os jovens jogadores tendem a se tornar intolerantes e agressivos com aquilo que representa a diferença no outro. Isso sem mencionar o acesso indiscriminado à internet, que, sem mediação de um adulto, pode significar uma exposição perigosa a conteúdos impróprios. Ou seja, todo cuidado que tivermos ainda será pouco diante desse tipo de situação!
Como estabelecer limites saudáveis?
Minha pesquisa também levou ao artigo do blog Jornalismo Científico, da UFOP, Mundo conectado, games e acompanhamento de conteúdo, que mostra que tanto os psicólogos pesquisadores de casos de viciados em games quanto os especialistas em jogos concordam que a mediação e o cuidado com o conteúdo do mundo virtual cabem à família.
Portanto, para estabelecer um limite para o seu filho, o primeiro passo é sempre a conversa. Procure mostrar à criança o quanto outras atividades estão sendo deixadas de lado, de forma que ele reconheça seus excessos e que é preciso equilíbrio. Estimule os programas em família, com amigos, atividades lúdicas e ao ar livre ou outras que ele considere prazerosas e que, por causa dos jogos, tenha abandonado. Gradativamente, comece a colocar limites no tempo dedicado aos jogos.
Demonstre interesse pelos games e tente compartilhar a diversão com ele. Lembre-se também de que suas orientações do mundo real para não falar com estranhos e sempre dizer aonde vai precisam valer também para o mundo virtual!
Os desafios de se educar na realidade de hoje parecem assustadores, não é mesmo? Saiba que você não está só! A equipe da Barata se preocupa em elaborar conteúdos que contribuam com a educação e os valores das suas crianças. Assine nossa Newsletter e fique por dentro dos melhores artigos sobre a criação de filhos.