Na semana passada, minha filha foi à festa de aniversário de sua amiguinha. O local? Um salão de beleza! Em duas semanas, meu filho comparecerá à festa de um amiguinho, em uma sala de jogos eletrônicos, de um shopping da minha cidade.
Como os convites foram feitos muito próximos um do outro, me chamaram atenção e me deixaram preocupada. Ambas as festas foram marcadas para o final de semana, os únicos dias em que meus filhos têm para brincar ao ar livre, sair da rotina casa-escola, enfim, desacelerar.
Quando fui deixar as crianças na escola, no dia seguinte a um dos convites, comecei uma conversa despretensiosa com uma das mães. Percebi que ela estava com as mesmas preocupações que eu. Ela, entretanto, já havia lido algumas coisas a respeito de um conceito chamado slowkids e propunha que começássemos um grupo no WhatsApp e por e-mail. Dessa forma, poderíamos difundir a ideia entre os pais e, assim, criaríamos uma rede que oportunizasse momentos de desaceleração da rotina das crianças. Topei na hora!
Marcamos um encontro e ela me explicou detalhadamente a ideia do slowkids e seus benefícios. Quer saber o que aprendi e como demos prosseguimento à nossa ideia? Continue a leitura!
O que é o SlowKids?
Segundo ela, o conceito tem por base o próprio nome quando traduzido para o português: a desaceleração. Comentamos sobre a rotina dos nossos filhos e como eles ficam imersos em atividades e jogos eletrônicos, sobrando pouco tempo para o contato com a natureza. Eu disse que há algum tempo venho tentando mudar essa realidade, pois acredito que, para as crianças se desenvolverem de maneira sadia, é preciso que façam suas atividades em seu próprio tempo, descubram seus gostos e interesses, experimentem coisas novas, testando capacidades e diferentes emoções. O entusiasmo da minha amiga era evidente, e sua frase seguinte foi: pois então, isso é slowkids.
O que os pais devem saber?
Depois de uma tarde de conversa (super agradável!) sobre como o conceito pode ajudar tanto pais como filhos a aproveitar melhor o tempo de aprendizagem mútua, traçamos algumas estratégias para abordar o assunto e, assim, criarmos o grupo. Dividimos a abordagem em:
- Apresentar para os pais a importância e a seriedade das brincadeiras. Conversaríamos sobre como apressar o desenvolvimento e queimar etapas pode diminuir o potencial criativo das crianças, assim como sua capacidade inventiva e sensibilidade;
- Abordar, sem impor cobranças, que é necessário passar o tempo livre com a criança — um tempo de qualidade, ok? Minha amiga pensou em organizarmos noites de pijamas e passeios em grupo, ao ar livre. Sabendo da rotina corrida que todas as famílias (inclusive, as nossas) têm, sugeriríamos revezamentos de pais nas atividades;
- Sem causar constrangimento, no meio de conversa, sugeriríamos festas mais naturais. Para isso, falaríamos sobre o local ideal, que deveria ter espaços para correr e brincar, afastando as crianças de salões com excesso de jogos eletrônicos ou estímulos ao consumismo. As justificativas são que essas atividades estimulam interação, equilíbrio, coordenação e agilidade;
Benefícios
Como nosso objetivo seria criar uma rede comprometida, nossa principal preocupação foi listar os benefícios do slowkids. Traríamos como tópicos de conversas, seja nos encontros ou nos grupos virtuais, estimulando assim, a adesão dos pais. Assim, listamos:
- Vivências plenas no mundo real;
- Experiências afetivas significativas, como os passeios, e não meramente informativas;
- Diminuição e compensação do impacto negativo da mídia e dos jogos eletrônicos;
- Acompanhamento do desenvolvimento físico, mental, emocional e social das crianças, bem de perto. Nesse ponto adotaríamos a defesa de fazer revezamento dos pais nas atividades em grupo, para que haja, sempre, a mediação ou o acompanhamento de um adulto.
Por fim, terminamos a tarde enviando um convite por WhatsApp e por e-mail com o seguinte título: “Olhe para as necessidades do seu filho no presente – hoje! – e não apenas no futuro”. O resultado? Nossa rede tem sido um sucesso!
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